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Cabeças especiais

Cabeças especiais

Oríasé ( Filhos de Asé)

São pessoas que vieram ao aiyè para cumprir uma missão dentro de uma casa de asé, nem sempre são rodantes, mas também não podem ser considerados como Ogan ou Ekedjí.

Um Òrísà é iniciado como Iyawò e vai tomando suas obrigações normalmente, pode virar a qualquer momento ou não. Geralmente, quando inicia-se um Oríasé, dá-se a ele um posto no Asé, cargos são vetados a essas cabeças. Pode acontecer de depois de 01 ano de iniciado o Oríasé virar com seu Òrísà, sendo assim o Òrísà já vem com todo desenvolvimento de um Egbomy.

Existe ainda um segunda cado de Oríasé que são pessoas que envolvem-se com a religião através de situações para busca de resgate de outras cabeças geralmente vinculadas pelo lado genético. É muito comum que ofereçam a criança ao Òrísà para ser salvo de problemas de saúde. Ao crescer a criança não será obrigada a seguir a religião por conta deste acordo, deixando então compromisso por conta de quem ofertou.  Caso Òrísà ao qual foi ofertado.

Iyemonjá ÌyáToná, Osún ÌyáBoto, Ogún Mèjé e Nanã são Òrísà que se enquadram perfeitamente nesse acordo entre familiares e Òrísàs. As cabeças ofertadas geralmente são tratadas a base de Obori, ebós e agrados aos Òrísàs. A diferença entre os 02 casos é Oríasé é que o 1º caso pode ser raspado, já o 2º não.

Abíasé ( A força trouxe a vida)

São crianças portadoras de grande Asé, pois parte de sua geração foi dentro do Ronkó. São filhos de mulheres que ao iniciarem-se não sabiam que estavam grávidas. Isso não significa que, uma mulher sabendo que está grávida entre para se iniciar e seu filho será um Abíasé. Só é considerado Abíasé se a mãe não souber da gravidez.

A criança Abíasè recebe toda a fundamentação da mãe. Ao nascer essa criança deverá tomar Oboris periódicos de 01 a 03 anos de idade. A partir de então, a criança fica liberada para concluir seu ciclo infantil. Quando a criança completar 07 anos de vida, deverá voltar ao Asé para ver se é preciso raspar.

O Abíasé tem seu Òrísà individual, independente do òrísà que o acolheu na barriga da mãe. Terá sempre a obrigação de cultuar o òrísà da mãe. Exemplo: Se a mãe for de osún Adolá, o filho deverá ter algém da Osún de seu carrego, a Osún Adolá em reverênbcia a sua mãe.

O Abíasé não nasce feito, ele apenas é detentor do Asé de dois òrísàs, pois recebeu ainda na barriga a fundamentação do òrísà da mãe e receberá a fundamentação do seu Òrísà, quando  inicia-se. Para um Abíasé ser considerado feito, ele deve ser do mesmo Òrísà da mãe incluindo o caminho qualificativo, ou seja, se a mãe for de Osún Karè o filho para ser considerado feito deverá ser também de Osún Karè. Um Abíasé poderá virar a qualquer momento ou nunca. Não pode ser considerado como Ogan ou Ekedjí.

Nem toda cabeça nasceu para ser raspada!

Abíadan ( A vida embalada por Dan)

São crianças que contam com grande proteção do Vodun Dan Bessen, já que nasceram com o cordão umbilical enrolado no pescoço. O cordão umbilical é uma representação da ligação da mãe com o filho. Uma pessoa Abíadan pode ser rodante, Ogan, Ekedjí, podem receber cargos. Se rodantes podem abrir suas casas e iniciar pessoas normalmente.

Enquadram-se perfeitamente nos casos especiais dentro de uma casa de Asé, porém não necessitam de fundamentações diferenciadas. Independente da nação deve agradar sempre a Dan Bessen, com balaios periódicos, devendo ter a mesma obrigação com Frekuen e Iyewá. 

Se uma pessoa Abíadan for iniciada em uma casa de Djeje, toda obrigação que for dada deve-se agradar a família da 09 Dan's.O ibá de Bessen não pode faltar na composição de carrego dessa cabeça. O Abíadan em uma casa de Djeje tem uma função importante, ele deve ser o responsável por todo o processo de preparo e entrega do balaio de Azanadò. Sendo responsável ainda pela cultuação da árvore de Azanadò e toda vez que for posta alguma comida seca aos pés de Azanadò para Adangbé deve ser entregue por um Abíadan.

Um Abíadan por ser raspado tranquilamente, a não ser que além de Abíadan a pessoa seja Abíkú eu Òrísà seja algum que não aceita a raspagem de seus filhos.

Crinças empelicada

São crianças que nascem envoltas na placenta. Na hora do parto acontece o descolamento da placenta, envolvendo a criança, fazendo com que a criança nasça empelicada, existe ainda uma outra forma da criança nascer empelicada, que é quando passa da hora da criança nascer e quando nasce a pele fica toda escamada.

A criança que nasce empelicada tem grande carrego de Ikú. Conta com grande proteção de Ijímú e Osalá. Contam os itans do povo Iyorubá que quando uma criança nasce envolta na placenta essa criança será bem sucedida e será uma pessoa de muito dinheiro.

É muito comum que Sacerdotes procurem crianças até 01 que nasceram empelicadas para participar dos Oròs de fundamentação de Ijimú, sendo assim Ijimú amparará essa criança até os 05 anos de vida e o filho de Ijimú será como padrinho dessa criança.

Abíkú (Nascido para morrer)

A tradução literal é "Nascido para morrer", nome designado a crianças ou jovens que morrem antes de seus pais. Há, assim dois tipos de Abíkú: O primeiro Abíkú-omode, designado a crianças e o segundo, Abíkú-Agba, referindo-se a jovens ou adultos que morrer, via regra em momentos significativos de suas vidas e sempre antes dos pais, apresentando nisso uma alteração da ordem natural que é aceita e entendi como aqueles que chegaram primeiro ao Aiyè, voltam primeiro ao Orún.

No Orún vive um grupo de crianças chamada de Elegbe e este grupo constitui o Egbé Orún Abíkú, ou seja, sociedade das crianças que nascem para morrer. Contam os mitos que a primeira vez que os Abíkú vieram para o Aiyé foi em Awaiye e constituiam um grupo de duzentos e oitenta, trazido por Alawaiye, chefe dos Abíkú no Orún. Na encruzilhada que une o Orún ao Aiyè, todos pararam e vários pactos foram feitos, definindo o momento particular do retorno de cada um ao Orún. Alguns voltariam quando vissem pela primeira vez o rosto da mãe, outros voltaria quando casasse, um terceiro grupo voltaria quando completasse determinado tempo de vida, uma quarto grupo voltaria quando tivesse o primeiro filho, e assim por diante. O carinho e o amor dos pais não seriam capazes de retê-los no Aiyè. Alguns assumiram o compromisso de que nem nasceriam.

O Iyorubá acredita que a ação do Abíkú ocorre por determinação do destino da mãe, ou por força de magia, ou ainda por condições acidentais. Existe a crença de que uma mulher grávida, ao passar por determinados locais em que os Abíkú se estabelecem se não estiver devidamente protegida, pode ser invadida por este espírito e tornar-se sujeita à gravidez de um Abíkú. É muito comum que mulheres Iyorubá quando estão grávidas carreguem junto à barriga um Okutá preparado para evitar a invasão de ums espírito Abíkú.

Elegbe é cultuado e louvado com a finalidade de defender as crianças da morte prematura e oferendas lhe são feitas para que desistam de levas os Abíkú de volta ao Orún.

Existem pessoas que são Abíkú e existem pessoas que tem espírito Abíkú. Quando a criança nasce e a mãe morre ou a gravidez é gêmeos, trigêmeos e uma das crianças nasce morta as que ficam são Abíkú, isso significa que a criança é Abíkú. Pessoas que tem espírtios Abíkú são crianças que foram invadidas pelo espírito ainda na barriga da mãe, esse tipo de Abíkú é o mais díficl de identificar-se. A pessoa com espírito Abíkú tem grande carrego com Ikú, e o cuidado com mortes súbitas deve ser dobrado. Os espíritos Abíkú podem  escolher famílias e acompanhar a família, de geração em geração. Ou seja, sempre terá um espírito Abíkú na família.

Por último, dois aspectos são importantes de serem nomeados: O primeiro diz respeito ao que podemos chamar de comportamento peculiar da criança Abíkú. São certamente crianças que se distinguem por este aspecto. Segundo, a resitência, na nossa cultura, que os pais têm em aceitar o fato de terem um filho Abíkú e a dificuldade consequente em lidar com esta criança e todas as necessidades decorrentes da luta pela sua permanência no Aiyè. Cabe ai um importante papel para o sacerdote que pode ajudá-los a compreender a questão, dar-lhes orientação e acompanhamento durante todo o processo.Um Abíkú nunca poderá ser raspado, podem ser Ogans, Ekedjís ou rodantes. Alguns nomes dados aos Abíkú:

Aiyédùn - a vida é doce;

Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo;

Akúji - O que está morto, desperta;

Bánjókó - Senta-se comigo;

Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida;

Dúróoríìke - Fica tu serás mimada;

Èbèlokú - Suplica para que fique;

Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterrá-lo);

Kòjékú - Não consinta em morrer;

Kòkúmó - não morra mais;

Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui;

Omotúndé - A criança voltou;

Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar).


Huntó Douglas D' Odé