O Candomblé vem se modernizando ao longo dos anos, e com o Candomblé seus membros vem se modernizando. Nos tempos primórdios os Ogans tinham uma função única que era chegar ao barracão tocar o atabaque, cantar para os Òrìsàs e nada a mais. Hoje não, hoje a função de um Ogan foi se ampliando, tudo devido ao fato da modernização do Candomblé. Hoje um Ogan faz a sua função de base que é tocar o atabaque, cantar para os Òrísás, e ainda faz as funções externas de sala como: dá rum em um Òrísà, ajudar a vestir os Òrísàs, dentre outras. Na minha concepção um Ogan deve desenvolver todas as funções possíveis dentro de um barracão, não só um Ogan como todos os outros cargos da casa, sendo assim na falta de um têm alguma outra pessoa dentro da casa para desenvolver a função, e o trabalho não ficará parado. Existem pessoas que criticam o fato de Ogan dá rum nos Òrísàs, digamos que não tenha Ekedjí nenhuma dentro da casa, os òrísàs irão dançar sozinho porque um Ogan não pode dá run nele? Infelizmente as pessoas do Candomblé ainda estão muito presas a esses tabus medíocres. É realmente uma pena que muitos Ogans também estejam presos a esses tabus. Um Ogan para ser completo, ele deve com certeza tocar o atabaque, cantar para os Òrísàs, dá run nos Òrísàs, ajudar o externo da sala e por último, porém não menos importante estar presente nos Oròs de corte da casa. Chegar no dia da festa, na hora da festa, tocar atabaque e ir embora para casa achando que fez muito, isso não é ser Ogan. O mais importante aos olhos do Òrísá é o interno de Asé, e não o glamour da sala.
Huntó Douglas D' Odé